segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Organize a sua vida / Organize your life / Organice su vida

Organize sua vida. Isso também é espiritualidade. Você precisa pôr em ordem as coisas que você faz. Isso te ajuda a também pôr em ordem o seu mundo interior. É claro que há coisas que estarão sempre fora do seu controle. Mas há algumas coisas que são possíveis de serem controladas. Veja só.
Organize o seu trabalho. Você pode gerenciar o seu tempo, seus contatos, suas prioridades. Há muitas coisas que podem causar desordem nas suas relações de trabalho e que podem gerar falta de produtividade. Se você é uma pessoa perfeccionista, se tem dificuldade de dizer não ou mesmo se falta planejamento para as suas atividades diárias, por exemplo, você pode estar gastando muita energia com aquilo que não é necessário. Esteja consciente de que ninguém tem tempo para fazer tudo, mas as pessoas que se envolvem com grandes coisas são pessoas que souberam organizar a sua vida.
Organize a sua família. É nela que estão os seus relacionamentos mais afetuosos e permanentes. O individualismo e a ambição são causas de destruição do relacionamento familiar. Nossos familiares não precisam de bens que gerem conforto, mas precisam de afeto, de atenção, que proporcionam satisfação e equilíbrio.
Organize a sua casa. A nossa habitação é o lugar de ser o que somos no íntimo, é o lugar da fuga do cotidiano. É lá que estão nossos espaços íntimos, nossos livros, discos e filmes preferidos. É lá que gastamos tempo com amenidades, cuidamos de nossa saúde, fazemos a refeição mais saudável. Para isso, você precisa cuidar da limpeza, da funcionalidade, da harmonia. Isso significa ter as coisas nos devidos lugares para não perder tempo com atividades prolongadas. Mas tenha cuidado: o prazer de estar em casa não pode ser desperdiçado com tarefas de limpeza e de organização.
Organize suas finanças. A maneira como você aplica ou investe o seu dinheiro revela o seu caráter. O cuidado com a aparência pode produzir um tipo de pessoa que custa muito caro. Isso não quer dizer que você não tem que cuidar de sua aparência. O problema é que o ter se tornou uma imposição na sociedade de consumo. Você precisa encontrar um modo de equilibrar seus gastos de modo que você possa ter uma vida saudável no presente e investir no seu futuro.
Organize suas idéias. O conhecimento é o seu grande capital para viver nesse tempo. O principal modo de conhecimento hoje é o “saber fazer”, que é o conhecimento associado à experiência. É interesse observar que o desempenho e a eficiência hoje não são medidos pelos diplomas, mas pelas competências e habilidades. Mas não se iluda, a proliferação do conhecimento gera a ansiedade e a máxima especialização gera falta de conhecimento da complexidade que envolve a vida. Conhecer mais significa também estar antenado com o mundo da política, das artes, da literatura, do cinema, do teatro. Para isso, você precisa acompanhar o noticiário, encontrar pessoas também antenadas e partilhar seus conhecimentos.
Comece a dar os primeiros passos hoje. Faça uma coisa de cada vez de maneira consistente. Estabeleça metas. Respeite seus limites. A cada coisa que colocar em ordem em sua vida, você vai perceber que as circunstâncias melhoram e isso será um estímulo para continuar.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Deus, além do delírio / God, more than a delirium

Gostaria de falar sobre a experiência de Deus como uma necessidade, mas que não pode ser avaliada simplesmente à luz de uma lógica racional. A base para isso é a análise do texto de 1 Coríntios, em seu capítulo 1, no qual Paulo fala da sabedoria e do poder de Deus que se apresenta como loucura e fraqueza para o homem.
Veja o que diz em um dos trechos: “Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é”, (1 Coríntios 1.28)
Em função disso, defendo a idéia de que é preciso conhecer Deus para além de nossa condição humana. “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus”, 1 Coríntios 1.18. A queda (aquela mesma do Edem, com adão e Eva), que deu origem ao pecado, é a causa de não conhecermos Deus como Ele é. Entender o problema da queda e a conseqüência disso em relação à experiência com Deus é um requisito para iniciarmos o nosso relacionamento com Deus. Nesse sentido, Jesus Cristo é a solução para o problema provocado pela queda.
É preciso conhecer Deus para além da razão humana. “Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação”, 1 Coríntios 1.21. A sabedoria de Deus é revelada em meio a nossa vivência com Ele. Deus se importa com a nossa dor. As coisas que nos fazem sofrer afetam o coração de Deus também.
É preciso conhecer Deus para além de nossa capacidade. “Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem”, 1 Coríntios 1.25. A ausência da hipótese de Deus na pós-modernidade dá lugar à necessidade de um orientador, de conselheiros, de guias espirituais e de gurus como substitutos do Deus que fale face a face com o homem. ‘Mas é preciso evitar a tentativa de colocar Deus numa brecha, como se pudesse forçar a sua compreensão.
É preciso conhecer Deus para além de nossas emoções. “Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte”, 1 Coríntios 1.27. Crer em Deus tem a ver com nossas fragilidades, com nossas sensibilidades. A experiência de Deus está mais ligada às nossas necessidades emocionais e de relacionamentos.
Para você, crer em Deus é um delírio? Pois saiba que é algo que está para além do delírio.
(A propósito, li recentemente o livro Deus, um delírio, do biólogo Richard Dawkins. Seus argumentos não são consistentes para fazer alguém descrer - como alertou no começo do livro. Antes, é uma demonstração bastante contundente de como anda o ateísmo contemporâneo. Se vale a pena ler? Você é quem sabe. A Bíblia recomenda examinar tudo e reter o que é bom)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Espírito empreendedor / Entrepreneur / El espíritu empresarial

Quando se fala de gestão, de um modo geral, tem-se a idéia de que se trata de um conjunto organizado de procedimentos que visa produzir resultados pretendidos. Ou seja, diz-se – e com exatidão – que a gestão existe para ajudar a que se realize a missão da empresa, da instituição ou do órgão prestador de serviço. O problema está em achar que a gestão está ligada somente às questões internas da organização.
A parte externa comumente é destinada a um outro tipo de atitude, geralmente vista como isolada e independente da gestão. Está ligada ao empreendedorismo. Mas é preciso compreender que gestão e empreendedorismo não são coisas distintas; antes, são faces de uma mesma ação. Uma não subsiste sem o outra.
Aquele que tem o espírito empreendedor tem a capacidade aguçada de perceber as demandas da sociedade e estabelecer respostas focalizadas nelas. E as necessidades que demandam gestão nascem de fora para dentro.
O empreendedor que não desenvolve habilidades de gerência não tende a durar muito. Da mesma forma, gestores que não são capazes de inovar tendem ao fracasso, a repetir fórmulas, a imitar os outros. O foco da gestão deve ser o que afeta o desempenho da instituição e seus resultados, seja dentro ou fora dela, seja sob seu controle ou não.
O espírito empreendedor, por sua vez, tem como foco romper a tendência de auto-suficiência, a romper os limites da visão focada em si mesma. A base da estratégia empreendedora é a relação com a sociedade, o mercado, o meio ambiente.
A atitude empreendedora envolve:
- adoção de novas estratégias de ação para que atinja resultados desejados a curto, médio e longo prazo, em circunstâncias imprevisíveis;
- aquisição de novos conhecimentos que impliquem em um olhar para além das fronteiras da organização, que possibilitem a atualização da missão;
- foco na necessidade dos clientes; embora a necessidade possa ser única, os meios para satisfazê-las não o são.
Uma das coisas que a pós-modernidade tem mostrado ser ineficaz é o modelo de se desenvolver um saber específico para cada tipo de negócio, serviço ou produto. A idéia da máxima especialização significa menor conhecimento da complexidade que envolve a vida. Vivemos num tempo de transformações aceleradas, no qual parece que os saberes e as tecnologias de maior impacto sobre um determinado campo produtivo são externos a ele.
Estar aberto às novas contribuições das ciências sociais e humanas, ao mesmo tempo que se dá importância ao desenvolvimento tecnológico, às novas descobertas da biologia, ao mundo da literatura e da arte, é a condição para o surgimento de novas atitudes empreendedoras. Isso permitirá que surjam novos mecanismos para que se compreenda a necessidade dos que estão de fora e alcançar aqueles que são seus clientes em potencial.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Mudança na igreja / Change in church

Ontem vi a foto acima. Uma igreja sendo mudada, inteiramente, de lugar para atender uma ncessidade econômica. Ela estava situada em uma região cujo solo é de interesse de uma determinada empresa. Isso aconteceu na Alemanha. Meu pensamento de teólogo não resistiu e voltou no tempo. Foi lá para o período da reforma protestante. Lutero propôs uma grande mudança na vida da igreja. Os efeitos da reforma foram sentidos em muitos setores da vida humana: na filosofia, na compreensão do homem e até na economia. Sim, na economia. A reforma protestante está inserida dentro do espírito do capitalismo, em suas raízes. Claro que não era intensão dos protestantes criar o capitalismo. O protestantismo desenvolveu uma concepção ética - principalmente o calvinismo - que serviu ao capitalismo. Além disso, o capitalismo tornou-se selvagem, concentrador de riqueza. Hoje, a igreja precisa passar por uma nova reforma ética, um repensar de sua missão no mundo. Por enquanto, o que deu pra ver foi a mudança de lugar do templo, na terra da reforma protestante. Já é um começo.

Como você gostaria de passar os seus últimos momentos?

Essa mesma pergunta foi feita em uma pesquisa recente. A idéia era de um meteoro em rota de colisão com a Terra que acarretaria a destruição da vida humana em 60 minutos. O resultado da pesquisa foi surpreendente: 46% das pessoas entrevistadas gostariam de passar seus últimos instantes de vida ao lado de seus familiares. Uma outra quantidade significativa passaria meditando e orando de acordo com suas convicções religiosas e, só lá pelo último quesito, um pequeno grupo passaria fazendo sexo com a pessoa que ama pela última vez. Curioso que em nossa última enquete o resultado foi muito semelhante. Isso me levou a pensar, nas duas pesquisas, o quanto as pessoas conservam um sentimento de valor a respeito das relações familiares. É na família onde os nossos vínculos são mais fortes. Por isso também é onde enfrentamos os maiores conflitos. Embora vivamos em um tempo em que se diz ter perdido o valor da família, eu o vejo cada vez mais intenso. É certo que o conceito de família tem mudado muito nestes tempos. Mas o espaço que a família ocupa na vida humana não mudou. A necessidade de construir laços familiares continua ainda muito forte, tanto que outras formas de vínculos familiares são tentados. Família: um negócio para você investir. Nela está o seu futuro.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Teologia para o gasto / Theology for spending

Elabore uma teologia que tenha algo a ver com a sua realidade. Isso mesmo. Tenha a sua própria teologia. Você não sabe como fazer isso? Certamente não é uma tarefa fácil. Muitas pessoas pensam que é simples, inclusive adotam uma espiritualidade independente de religião.
A teologia é uma ciência e, como tal, segue uma epistemologia própria. Como ciência, ela trata do modo como nos relacionamos com o transcendental, aquilo que julgamos ter um valor absoluto. Existem vários modos de se fazer teologia. Tem a dogmática, que procura estabelecer princípios fundamentais dos conhecimentos válidos para o exercício da fé. Tem a histórica, que busca entender o desenvolvimento da experiência religiosa ao longo do tempo. Tem a bíblica (ou escriturística), que investiga os documentos fundadores da fé, os textos considerados válidos para se estabelecer doutrina, firmada em princípios hermenêuticos e metodologias de exegese – essa área é a que eu me dedico mais. Mas quero propor um outro modo de se fazer teologia, uma teologia para o gasto, uma teologia para o uso diário, uma teologia para chamar de sua.
O método dessa teologia segue uma complexidade que você consegue entender, mas que exige um certo rigor. Primeiro, olhe para os processos que envolvem a sua vida. Encare a sua dor. A teologia nasce sempre da dor. O sofrimento gera esperança. O que tira você de sua zona de conforto? Talvez seja isso que te leve mais próximo do coração de Deus. Encarar a sua dor faz de você uma pessoa solidária. Quer sabe o quanto você sofre? Acompanhe alguém que sofre também. O contrário disso é fuga e te leva a se sentir vítima.
Segundo, relacione-se com Deus no silêncio. Não importa quem seja Deus para você ou como você o define, leve a sua relação com Deus para além das palavras. Não há nada que tenha feito você sofrer que não tenha tocado também o coração de Deus. E não há nada que tenha feito você feliz que não tenha tocado o coração de Deus. Se ele é soberano, Ele sabe do que você precisa. Ele chega junto, não te abandona. Mas deixe Deus ser Deus e seja diante dele o que você é: ser humano.
Terceiro, abra mão do controle. Pare de tentar consertar o que ficou de errado para trás. Tome a decisão de seguir adiante simplesmente, permitindo que Deus esteja no controle. Sinta-se na liberdade de dizer o quanto está doendo, que você tem dúvidas, que não dá para continuar assim, que você chegou ao seu limite.
Comece a fazer isso agora mesmo. Tire um tempo para andar no meio das pessoas para vê-las em sua dor também. Tente olhar o mundo com os olhos de Deus. Deixe seu coração ser quebrantado pelas coisas que quebrantam o coração de Deus. Isso vai te ajudar a entender melhor quem é Deus.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Inovação e espiritualidade / Innovation and spirituality

Se você quer que as coisas a sua volta mudem, você precisa estabelecer uma política para que as mudanças aconteçam. Isso é inovação. A inovação acontece quando as oportunidades e circunstâncias demandam novas atitudes. Tanto o sucesso quanto o fracasso, seu ou do outro, apontam janelas por onde as mudanças acontecem.
Não se iluda, inovação implica em riscos. Peter Drucker adverte que é um erro tentar embutir medidas de segurança para evitar erros. É o resultado persistente de trabalho e de planejamento, com atenção às necessidades do processo, às alterações da estrutura do mercado, às mudanças em termos de modos de percepção, significação e conhecimento.
É nisso que a espiritualidade e a inovação se familiarizam. Inovação exige que se coloque ordem em sua vida. Se você quer ter um espírito inovador que formule uma política de mudança inovadora, está na hora de colocar em ordem o seu mundo interior.
Em primeiro lugar porque inovação não quer dizer novidade. Não basta querer criar o novo ou fazer diferente. No processo inovador podem surgir armadilhas. A tentação do meramente novo pode levar ao fracasso e despender muito tempo, energia e dinheiro. É preciso criar uma noção de valor primeiramente. A pergunta deve ser: por que razão as pessoas pagarão um preço por isso?
Em segundo lugar porque inovação exige continuidade. Inovação não é somente um movimento em direção ao novo. Não basta mudar por mudar. Inovação requer um compromisso com os fundamentos de sua empresa ou serviço. A pergunta é: o que você faz tem a ver com sua missão, seus valores, sua capacidade de desempenho e os resultados esperados?
Em terceiro lugar porque inovação requer informação. Todo o processo de mudança fica comprometido se você não tem informações confiáveis. Informações adequadas facilitam os relacionamentos, favorecem a que as pessoas se entendam melhor. As pessoas envolvidas no processo de mudança devem ser estimuladas de forma coerente a respeito do que se espera acontecer. A pergunta deve ser: qual a motivação que as pessoas têm para estarem junto comigo nesse processo de mudança?
Você percebe, então, que inovação é uma questão que envolve uma dialética. De um lado, você tem uma tendência à inércia, à resistência a todo processo de mudança. De outro, você tem as tendências personalistas e as relações de poder que interferem no rumo das mudanças.
O que deve orientar uma política de mudanças é aquilo que dá identidade a você: seus valores, seus princípios, suas conquistas consolidadas até aqui. Seu foco não pode estar centrado na repetição de rotinas, estruturas ou procedimentos anacrônicos. Você deve estabelecer uma continuidade aos seus marcos fundadores e estabelecer uma ruptura com os processos ineficazes. O equilíbrio entre continuidade e ruptura é o que caracteriza o espírito inovador.

sábado, 20 de outubro de 2007

Espírito e vida / Spirit and life

“Não extingais o Espírito” (1 Tessalonicenses 5.19)

Uma das informações bíblicas que mais me surpreende a respeito da ação do Espírito Santo é a possibilidade que temos de extingui-lo. Não há tragédia maior para a vida do ser humano do que uma vida sem o Espírito Santo de Deus. Talvez você pense que seja um exagero afirmar isso. Mas pense comigo: é o Espírito que concede o referencial necessário para termos uma vida com Deus. É por meio dele que alcançamos a graça e desfrutamos da vida nova resultante do perdão e da acolhida que Deus nos dá
Os crentes da cidade de Tessalônica estavam tentando apagar o fogo do Espírito Santo, rejeitando os presentes especiais concedidos por ele para dar lugar a uma experiência fria e formal de fé. Trocavam a experiência viva e dinâmica pela experiência meramente racional. Porque é isto mesmo que acontece, onde há o Espírito de Deus há vida. A palavra mata e o Espírito vivifica.
A Bíblia conta a história de dois grandes homens de Deus que permitiram a extinção do Espírito Santo em suas vidas. Como conseqüência, foram alvos fáceis do inimigo e caíram.
O primeiro deles foi Sansão. Ele havia sido consagrado ao serviço do Senhor desde a sua infância. Por isso, o Espírito se apoderava dele e realizava grandes proezas. Mas o inimigo foi muito astuto e o seduziu pelas carícias de uma linda mulher. A Bíblia diz que o Senhor se ausentou de Sansão (Juízes 16.19) e o seu final foi muito trágico.
O outro foi Saul, o escolhido de Deus para ser o primeiro rei de Israel. Mas Saul deixou de seguir ao Senhor e não fez conforme as palavras do Senhor. A Bíblia diz que o Espírito do Senhor se ausentou dele (1 Samuel 16.14) e seu fim foi muito trágico também.
Nós extinguimos o Espírito Santo de nossa vida quando deixamos de ouvir a voz de Deus para ouvir outras vozes. Nós extinguimos o Espírito de Deus de nossa vida quando deixamos de seguir ao Senhor para seguir outros. Nós extinguimos o Espírito Santo de nossa vida quando deixamos os valores da fé de lado para nos apegarmos a outros valores.
Há muitos hoje que estão extinguindo o Espírito de Deus em suas vidas. Não sabem o risco que estão correndo. Essa é a hora de reacendermos o fervor espiritual e vivermos sob a direção do Espírito, que faz arder em nós a paixão por uma vida que agrade a Deus.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O segredo da vida / The secret of life / El secreto de la vida

Qual o segredo para uma vida feliz e bem sucedida? Outro dia entrei na livraria para procurar algo que me ajudasse em meus estudos. O vendedor que me atendia também atendia a uma outra cliente que perguntava pelo livro O Segredo (The Secret), da escritora Rhonda Byrne.
Era uma psicóloga interessada no assunto e preocupada com seus clientes. Segundo ela, muitos leram o livro e assistiram ao vídeo e ficaram tão motivados que alguns achavam que não precisavam mais de ajuda.
O assunto é de tamanho interesse que tem despertado uma série de sugestões que tentam apontar para o caminho mais fácil. Tendo como motivação a temática desenvolvida no filme e livro, na nossa igreja o pastor iniciou uma série de mensagens que trata de questões essenciais sobre uma vida de realizações e de afirmação pessoal – o que é o desejo de todos – dentro de uma perspectiva bíblica. O foco não é de mostrar somente que a Bíblia tem uma mensagem muito mais específica em relação aos anseios humanos. Deus tem um propósito claro de revelar seus segredos mais íntimos para aqueles a quem ama.
Além disso, a preocupação tem sido a de afirmar valores que são bíblicos para uma vida realizada e feliz tendo em vista uma prática, que, diferentemente de O Segredo, não consiste em apenas visualizar, pedir, querer, agradecer. Envolve também um compromisso com o Senhor Jesus. Muito interessante mesmo.
A verdade é que existe uma lei da atração de fato e Jesus Cristo se apresentou como essa lei. Este é o segredo da verdadeira felicidade, conforme o que a Bíblia nos ensina. Por isso que é muito importante que você deposite a sua fé nele e confie em seu poder. Você pode chegar à mesma conclusão que Paulo chegou e poder afirmar: “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”. Filipenses 4.13 (NVI).
Mas, afinal se a lei da atração é Cristo e isso é uma realidade, a pergunta é: quem tem acesso à essa lei? Qualquer pessoa pode fazer uso dela para alcançar a felicidade e a realização pessoal?
A resposta inicial é sim, qualquer pessoa tem acesso às bênçãos divinas e à graça do Senhor Jesus. Por isso é que é graça: é para todos e é de livre acesso. Porém, é preciso fazer a pergunta: por que Deus haveria de se importar comigo se eu não dou qualquer atenção a Ele? O salmista disse algo que deve nos fazer refletir: “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leve a conhecer a sua aliança”. Salmos 25.14 (NVI).
O nosso relacionamento com Deus conta muito na hora de nos aproximarmos dele. Não importa como tem sido o nosso relacionamento até aqui. Pode ser que você tenha vivido muito tempo afastado de Deus ou até mesmo pode ser que você tenha ignorado a sua existência. Tudo o que é preciso fazer é voltar e reconciliar-se com Deus.
Tenha a certeza de que: “Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos”. Amós 3.7 (RA). É preciso que você tenha um compromisso com Ele. Não se engane, Deus conhece a cada um de nós e sabe da nossa sinceridade.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Para não deixar de falar de oração

Ia escrever sobre oração. Mas fui dormir esta noite com as últimas imagens da violência no Rio. Um verdadeiro filme de guerra mostrando a ação da polícia na favela da Coréia. Acordei cedo e as imagens nos primeiros noticiários ainda chocavam. O saldo de 12 mortos é constrangedor. Alguém dirá: mas foram 10 bandidos, um policial e uma criança.
Não tem saldo positivo.
Sei que esse confronto é inevitável. O tráfico cria um poder paralelo que tenta instaurar uma nova ordem na sociedade. Essa nova ordem aí está de forma velada e que dá suporte ao tráfico. É uma ingenuidade pensar que aqueles meninos alvejados no meio do mato são os grandes responsáveis pelo tráfico. A ação dos bandidos é ostensiva, sistemática e se organiza a cada dia.
A tentativa de se ter uma nova ordem é porque a ordem atual está corrompida, comprometida com uma série sem fim de vícios historicamente construídos. Vai desde uma estrutura de poder centrado em si mesmo até as atitudes particulares de ver sempre a ordem como que para prejudicar, própria para ser burlada.
E assim vamos. Sei que muito mais a gente ainda vai ver. Mas está chegando a um ponto de saturação tal que exige uma tomada de decisão urgente. Essa decisão não passa por nenhuma instituição da sociedade. Acredito que essa decisão está num plano mais acima, no plano da espiritualidade, que demanda uma atitude pessoal comprometida com o todo.
Somente um grande despertamento espiritual, que caminha na direção do outro, pode apontar caminhos para uma sociedade mais justa e mais igual.
Pode ser que seja só utopia, mas acredito nisso. Por isso eu oro a oração de Habacuque: "Aviva, Senhor, a tua obra no meio dos anos".

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Orar na perspectiva de Deus / Praying in God perspective

Certa vez, um crente orou assim: "Senhor, dá-me um coração de fogo para o teu serviço; um coração de amor para com o meu próximo e um coração de ferro para comigo mesmo".
Se você está hoje preocupado com os seus problemas, lembre-se que Deus está no controle e quer abençoar a sua vida. Ele está ao seu alcance através de uma simples oração.
Mas, ao orar, ore na perspectiva de Deus. A Bíblia nos ensina que devemos orar na perspectiva de Deus. Nela, encontramos que Deus quer que tenhamos ouvidos atentos à sua voz. “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele” (Isaías 30.21). Nela, também encontramos que Deus quer que o adoremos de forma genuína. “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (João 4.23). Nela, encontramos que Deus quer que falemos com Ele porque o amamos. “Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4.2-3).
Foi nessa perspectiva que chamou seu profeta: “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum” (Ezequiel 22.30).
Foi nesse sentido que Jesus se tornou um exemplo de alguém que orou segundo o desejo de Deus: “E dizia: Aba, Pai tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Marcos 14.36).
Quais são as condições para desenvolver uma vida de oração conforme a perspectiva de Deus? Em primeiro lugar, ter o desejo de conhecer e amar a Deus com integridade. “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus. 22.37). Em segundo lugar, fazer da oração a essência do nosso relacionamento com Deus. “De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos” (Lucas 11.1). E por último, desenvolver a capacidade de ouvir a voz de Deus. “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1 João 5.14-15)
Quando oramos segundo a perspectiva de Deus, sentimos a necessidade de nos colocarmos no lugar do outro, para sentir a necessidade do outro, para sofrer a dor do outro. Orar na perspectiva de Deus implica em orar uns pelos outros.
A oração uns pelos outros é também chamada de intersessão. Interceder é um modo terapêutico de aliviar a nossa própria dor. Quando sentimos a dor do outro, percebemos que não estamos sós. Oramos intercessoriamente quando nos colocamos no lugar do outro. Essa é a recomendação bíblica: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (1 Timóteo 2.1-2).
Quando você estiver em forte aflição, lembre-se disso. Orar por alguém pode servir de remédio, pode tornar o fardo mais leve, vai ajudar a caminhar melhor.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

A existência humana é uma peregrinação em direção a Deus?

Pode ser que a resposta seja sim. De fato, a existência humana aponta para Deus. A noção da queda provocada pelo pecado é que o homem abriu mão de sua relação com Deus, querendo ser Deus. O sentido pleno de nossa existência só se completa no encontro com esse absolutamente Outro. Mas não é esse o caminho trilhado pela humanidade. Aliás, cada vez mais se dá ênfase à vida autônoma, emancipada, em que a hipótese Deus não é levada em consideração. Como afirma Nietzsche, "Deus morreu e nós o matamos". O interessante é que ausência da hipótese Deus torna cada vez mais presente a necessidade de Deus. Novas formas de religiosidade se constituem na tentativa de possibilidar esse "religar" com Deus. Até mesmo se fala de um ateísmo religioso, o que me leva à suspeita que nem toda a religião leva a Deus. Embora em nossa existência humana, como diria Santo Agostinho, haja um vazio do tamanho de Deus, a vida humana não se constitui em uma perigrinação na direção de Deus. Por causa do pecado, o rumo da existência humana por si mesma aponta para o caos, para a finitude, para a desesperança. o que pode restituir o caminho para Deus de fato é a graça de Jesus Cristo, o Deus que se fez homem, sofreu a nossa dor, morreu a nossa morte, ressuscitou e foi exaltado, de quem nos aproximamos somente pela fé.

Síndrome do Deus apático / Syndrome of apathetic God

“Então o Senhor despertou como que de um sono, como um guerreiro despertado do domínio do vinho”. Salmos 78.25.

O Deus das Escrituras não é, sem sombra de dúvidas, um Deus apático. Quando falo de apatia não me refiro só à indiferença. Falo da relação com o sentimento. Falo da questão do pathos.
O Deus sem o pathos é o Deus da metafísica, causa primeira de todas as coisas. Isso é para o pensamento grego. Para as Escrituras, Deus é “patológico”. Ele se deixa afetar, Ele se apaixona, Ele se deixa tomar pelo furor, Ele se entusiasma.
O salmista começa o salmo 78 relatando uma sucessão de bênçãos seguidas de atitudes pecaminosas. Deus abençoa e o povo peca. Até que Ele se cansa e rejeita um povo assim. Mas, quando o vê mergulhado em problemas, retoma o cuidado e restaura a quem tanto ama.
Nesse momento, o salmista diz que Deus se desperta como que de um sono e usa a metáfora de um soldado embriagado. Já imaginou o que seja isso? Isso não te parece tão passional? Alguém que age movido pela paixão em defesa dos seus.
Tenho para mim que, quando Deus se revela, Ele não o faz de uma forma racional, objetiva. Ele se mostra por inteiro e em sua intimidade. Ele revela o seu pathos. Até porque essa relação entre razão e emoção precisa ser melhor compreendida. A razão é emocional e a emoção também é inteligente.
Deus derrama sobre nós o seu pathos e nós atribuímos significado a isso, transformamos em palavras, expressamos o pathos de Deus por meio do discurso. Foi assim com a revelação bíblica. Tem sido assim ao longo do tempo. Ainda é assim para nós hoje.
Deus se deixa afetar pelas coisas que nos afetam. Não há nada que nos faça sofrer que não tenha feito Deus sofrer também. Não há nada que tenha nos dado alegria que não tenha alegrado a Deus também.
Essa relação não é de mão única. Você é imagem e semelhança de Deus. Você também tem um pathos. Você precisa se deixar ser movido pelas coisas que tocam os sentimentos de Deus. Aquilo que incomoda ou alegra o coração de Deus precisa te afetar de algum modo. Do contrário, você vive uma vida enferma. O apático passa a ser você.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Oração, mais que palavras / Prayer, more than words

Sabemos que a nossa comunicação é expressa por meio de palavras. A conclusão mais lógica seria dizer que a oração é um discurso, uma exposição verbal dos nossos sentimentos, um relato oral de nossa situação. Mas essa afirmação não está correta. A oração não se resume a isso.
A oração é muito mais do que palavras. É o desabafo. É o choro no ombro amigo. É o lamento na hora da angústia. Mas é também o brado de alegria, a manifestação de regozijo, a expressão de lábios que reconhecem o favor não merecido, a vitória recebida como presente, o livramento que vem do alto.
Quando a oração se resume a palavras, não passa de um discurso vazio. Muitas de nossas orações não passam de um conjunto de palavras vãs, repetitivas, imitativas, sem sentido. Muitas de nossas orações não expressam o que realmente pensamos, sentimos ou temos desejo. Podem até ser verdadeiros exercícios de oratória, cheio de riqueza poética e teologia, mas vazias da expressão da alma.
A história já registrou belas orações efetuadas por grandes servos de Deus no passado. A Bíblia mesmo contém diversos exemplos de oração. Até Jesus teve muitas de suas orações registradas nos Evangelhos. Mas eram a expressão do que esses personagens viviam em seu íntimo, no memento em que vivenciavam, e sentiam-se na liberdade de expressar para Deus. Sem dúvida alguma, foram orações que impressionaram seus ouvintes, quanto mais a Deus.
Muitas de nossas orações podem até parecer belos modelos de preces a serem imitadas. Mas, o que elas primeiramente têm que ser é a expressão sincera de nossa alma sedenta. Lembremos que a oração é uma palavra formada pela raiz “ora”, que quer dizer falar, com a terminação “ção”, que lembra ação. É a nossa forma viva de falar o que sentimos para Deus como aquele que está presente em todo tempo.
É preciso dar ênfase à oração que é mais do que palavras, à oração que também é gesto, sentimento, lágrima e sorriso, à oração que fazemos com o lábio, a mente, o coração e a alma, os quais Deus conhece antes mesmo que se transformem num belo discurso formado por palavras.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Jesus, o servo / Jesus, the servant

“Bem como o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20.28)

Quando Jesus viveu entre os homens, tomou a iniciativa de agir como um servo. Ele mesmo afirmou isso aos seus discípulos: “Eu porém entre vós sou como aquele que serve” (Lucas 22.27). Isso deve nos levar a um repensar a respeito de nossa atitude.
Enquanto nos preocupamos em ter atitude de liderança, Jesus optou por uma atitude de servidão. Entretanto, Jesus Cristo foi mais que um servo. Ele foi o servo de Deus por excelência, o paradigma para todos aqueles que desejam servir a Deus e ao outro com integridade.
Foi isso que fez dele o escolhido de Deus para servir ao propósito único de salvar a humanidade e apontar o caminho para Deus. A Bíblia diz que, para cumprir esse intento divino, Jesus “não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo...” (Filipenses 2.6-7).
Como servo, Jesus imitou o Pai, trabalhando incansavelmente para satisfazer a sua vontade. “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também”, disse certa vez (João 5.17).
Quando pregou o primeiro sermão em uma sinagoga, Jesus leu a passagem de Isaías 61, que fala do Espírito que age sobre o servo do Senhor, ungindo-o para servir. No início de seu sermão, declarou que aquela profecia se cumpria naquele momento. Sem dúvida, Jesus tinha a unção especial de poder entregar a sua vida para o resgate de todo o perdido.
Jesus, o servo, chamou-nos também para servir e seguirmos o seu exemplo: “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigamos as suas pisadas” (1 Pedro 2.21). Jesus se fez o servo para que eu e você fôssemos também servidores entre tantos, para fazer a sua vontade.
Resta para você a escolha. Ele propôs também: “... quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo” (Mateus 20. 26 e 27).

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A hora da mudança / Opportunities

Faça para você mesmo a seguinte pergunta: se eu fosse começar o que eu já faço, faria do mesmo modo sabendo as coisas que eu sei hoje? A sua resposta é um indicativo de que está na hora de mudar.
Mudança é um processo que não é fácil de ser assumido. Principalmente porque não estamos preparados para mudar. Nossa tendência é para a segurança da continuidade. Todos nós temos resistência ao novo, valorizamos as experiências passadas e temos medo do futuro.
Em tempos de mudanças tão radicais, os únicos que sobrevivem são aqueles que se adiantam às mudanças e mudam a partir de si mesmos. Isso envolve um processo com pelo menos três etapas: abandonar o passado, organizar o presente e valorizar as conquistas.
Abandonar o passado não significa abandonar o que você está fazendo. Mas você pode fazê-lo de modo diferente. Manter o passado custa caro e exige muito esforço de todos, principalmente daquelas pessoas que são mais capazes.
Então você precisa saber o que abandonar e como é possível fazer isso, o que só será possível se houver uma atitude de se organizar de maneira sistemática. Se é hora de mudar, você vai precisar aperfeiçoar seus procedimentos e definir com clareza o seu desempenho. Para isso, você precisa criar as condições reais para abraçar o novo.
Quando isso começar a acontecer, surgirão problemas. Você precisa ter lucidez para perceber as oportunidades e o valor das conquistas, sempre atento ao processo de construção a partir daquilo que em que você tem sido bem-sucedido. Você precisa dar um passo de cada vez e explorar o seu potencial, sem ficar mergulhado nos problemas. É isso que conduz à inovação.
O que é mais difícil em um processo de mudança? É dar o primeiro passo. A decisão de abandonar o passado é sempre dolorosa. Isso requer preparo e atualização constante. A primeira condição para que a mudança aconteça está em você mesmo.
Por maior que seja o seu sucesso hoje, você nunca deve estar satisfeito. É sempre possível fazer melhor. O melhor momento para mudar é quando tudo vai bem. Não espere as coisas piorarem para tentar resgatar o que está em risco de se perder. Não é que seja impossível recuperar algo que vai mal; é que é melhor; prevenir do que remediar.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Se sua vida continuar como está, você pode ter um futuro melhor?

Quantas vezes você já se fez essa pergunta? O tema da espiritualidade é um tema que fascina exatamente porque lida com perguntas como esta, que fazemos constantemente para saber o sentido de nossa existência. Todos nós temos um lado iluminado e um lado sombrio, conjugamos, em diferentes graus, luz e trevas, o bem e o mal. Tanto é que ora nos sentimos bem, ora estamos para baixo. O interessante é que, em meio a esse conflito constitutivo de nossa condição humana, temos a possibilidade de nos aproximar de Deus e estabelecer uma relação com Ele. A maturidade pessoal é alcançada por meio de uma conjugação de esforços pessoais de autoconhecimento, o que nos possibilida um crescimento pessoal. Assim, podemos conhecer mais nossos pontos fortes e fracos, desenvolver talentos e, à medida que não nos apegamos a eles, nos aproximamos mais de Deus.

Existe organização certa? Are there right organization?

Tomando a idéia de Peter Drucker, não existe organização certa, mas uma estrutura organizacional pode ser adequada para uma determinada tarefa em determinadas condições e ocasiões. Podem existir vários tipos de estrutura organizacional, mas cada uma deve ser adequada à natureza da tarefa.
Uma mesma organização pode ter várias estruturas, algumas mais centralizadas, outras mais descentralizadas. O diferencial são as pessoas que participam dessa estrutura. Elas devem ser capazes de atuar em diferentes contextos, seja para trabalhar em equipe, seja para exercer liderança ou para se submeter a um comando ou a procedimentos de controle.
Por isso que se deve compreender que a estrutura organizacional não é uma questão absoluta, mas necessária. A melhor organização é aquela que tem uma estrutura adequada para cada tarefa. O que deve determinar o desempenho é a complexidade que envolve a tarefa e a capacidade de coordenar processos para a realização da missão da instituição.
Dessa forma, a melhor estrutura é aquela que se torna mais útil, mais flexível e mais leve. O objetivo de uma estrutura assim é manter viva a paixão das pessoas envolvidas na organização. Estruturas existem para serem mudadas. E o momento de mudar é quando elas interferem na motivação das pessoas envolvidas.
Sua organização pode ser a mais nobre, cuja missão você vê como extremamente sublime, mas se a sua estrutura não motiva as pessoas a se envolverem mais no processo, é hora de mexer na estrutura e não necessariamente nas pessoas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O que é Integridade? / What is integrity?

Um dos fatores essenciais para o relacionamento é a integridade. Mas integridade é muito mais do que isso. Tem a ver com a nossa forma de ser. Uma das definições mais abrangentes é aquela que diz que integridade é a capacidade de fazer aquilo que você julga certo quando ninguém está vendo da mesma forma que faria se todos estivessem vendo.
Essa definição aponta algumas características. A primeira é que integridade é uma competência, diz respeito àquilo que adquirimos. Integridade não nasce com a gente, ela é construída ao longo de nossa formação. A segunda é que integridade implica em valores e convicções ligados à minha faculdade de juízo. E a terceira é que integridade está relacionada a um saber, não um saber teórico, mas a um saber prático, um saber fazer, que é um dos temas da ética.
Integridade, então, implica em um conhecimento de si, quando você se pergunta: quem é você? Quando você desenvolve habilidades que contribuem para que você conheça o seu potencial, como também os seus limites. Integridade implica em um foco nos seus objetivos, com que finalidade você realiza o que precisa ser realizado, para que você existe, afinal. Integridade implica ainda em princípios bem definidos de conduta, por que você age de determinada maneira e não de outra.
Por isso que integridade é uma virtude tão necessária, mas também tão em falta, porque está ligada à nossa maneira de ser. Ela reside no meio de um conflito em que todos vivemos, o conflito entre o público e o privado, que nos leva à escolha de papéis distintos em cada uma dessas esferas, como se fôssemos duas pessoas completamente antagônicas.
O pior é que temos sido capazes de ser assim. E somos bons nisso. Para se fazer um resgate da integridade, é preciso que haja uma reinvenção de nós mesmos, uma reaprendizagem de quem somos de fato e de quem queremos ser. É um processo longo, mas que vale a pena ser experimentado.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O que gestão espiritual não é / What is not spiritual management

Quando falamos em um modelo de gestão que leve em consideração a espiritualidade pode se pensar que nos referimos a um estado contemplativo caracterizado por uma inatividade, a espera de um milagre que possa tirar a empresa do marasmo econômico em que se encontra. Mas a idéia é exatamente o contrário.
Como a espiritualidade está ligada à dinâmica da vida humana visando à formação integral do ser humano, a gestão espiritual está relacionada com a descoberta de novas possibilidades de produtividade e à reinvenção de um novo paradigma de desempenho.
A espiritualidade aplicada ao ambiente corporativo não corresponde, em absoluto ao fim da hierarquia. Dentro da vida empresarial, há a necessidade de um comando na hora da crise, uma liderança que aponte o caminho, que seja capaz de sonhar e visualizar um novo tempo.
A espiritualidade aplicada ao ambiente corporativo não é o fim da burocracia. É um engano pensar que a burocracia é um empecilho para o funcionamento da empresa, embora o excesso de burocracia seja uma anomalia. A reengenharia, ensinada desde a década de 1990, aponta para a atualização dos procedimentos, o que inclui o abandono daquilo que não funciona e a adoção de novas ações. É preciso repensar a estrutura, é preciso avaliar o desempenho, é preciso rever os procedimentos sempre.
A espiritualidade aplicada ao ambiente corporativo também não é o fim do planejamento. Empresas que prosperam não são resultado do acaso ou da sorte. Embora a gente saiba de histórias de pessoas bem sucedidas que foram beneficiadas por algumas circunstâncias ou por um fator de sorte, essa não é a regra geral. O desenvolvimento de qualquer empreendimento humano demanda um esforço muito grande de planejamento. É necessário atualizar constantemente competências e habilidades, é necessário adequar a visão à realidade.
Portanto, na hora de adotar uma postura espiritual para a sua atuação, prepara-se para uma reviravolta em seu mundo, a começar do seu mundo interior.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Como você tem cuidado de sua espiritualidade?


A pergunta feita em nossa última enquete revelou que a maioria das pessoas entendem que precisam melhorar a sua espiritualidade. De um modo geral, no que diz respeito à nossa espiritualidade, temos muito com que nos preocupar. Além de ser um tema que vem despertando o interesse cada vez mais crescente de muitas pessoas, isso tem muito a ver com a nossa condição humana. Tenho defendido que a compreensão da complexidade humana só pode ser feita de uma forma adequada levando em consideração todos os aspectos do conhecimento humano, inclusive o da espiritualidade. É uma ingenuidade pensar que uma ciência por si só possa dar conta do humano. A grande questão que se levanta então é: de que maneira você pode cuidar melhor da sua espiritualidade? A Bíblia tem sido um guia de orientação espiritual respeitado e citado por todos os segmentos religiosos, além de tratar diretamente da relação do homem com Deus. E é na Bíblia que você vai encontrar a orientação para o primeiro passo do cuidado com sua espiritualidade: o encontro de fé transformador com Jesus Cristo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Gestão espiritual é possível? / It is possible management spiritual?

Como você responderia a estas questões: para onde vamos, em que valores nos apoiamos, o que deixaremos para as gerações futuras? A resposta a estas questões tem a ver com espiritualidade.
A espiritualidade na empresa está ligada à excelência das pessoas que a compõem, está ligada a um contínuo envolvimento dos seus empresários com atitudes éticas comprometidas com o desenvolvimento econômico da sociedade ao mesmo tempo que promovem a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas no processo produtivo ou de prestação de serviço.
É o que poderíamos chamar de empresas espiritualmente saudáveis. São empresas:
- socialmente responsáveis e que respeitam o meio ambiente, visando à superação da pobreza, ao fim da marginalidade e ao desenvolvimento sustentável;
- comprometidas com a ética, a começar com o apego a valores em suas relações com clientes e fornecedores pautados na honestidade e na transparência;
- que conseguem harmonizar lucratividade e dignidade humana;
- que fazem da competitividade motivo a mais de parceria;
- focadas na satisfação do cliente como ser humano dotado de uma integridade física, psíquica, emocional e espiritual;
- comprometidas com a sustentabilidade, capaz de satisfazer as suas necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras;
- preocupadas com o imenso contingente de excluídos do mercado de consumo;
- que combatem a exploração da mão-de-obra, quer seja de crianças, quer seja de adultos;
- envolvidas com programas de ecoeficiência, tais como: redução do consumo de energia, redução de emissão de resíduos tóxicos, incentivo à reciclagem, valorização de recursos renováveis, agregação de valor aos produtos e serviços.
Nesse sentido, gestão espiritual envolve diretrizes e ações administrativas – planejamento, controle, direção, alocação recursos – realizadas com o objetivo de proporcionar efeitos sobre a qualidade de vida das pessoas visando ao bem estar comum.
Empresas influenciadas por uma gestão espiritual são empresas cujos executivos redescobriram o reencantamento da vida e mobilizam ações voltadas para a solidariedade, para a inclusão e para a sustentabilidade.
Se gestão, de um modo geral, é a competência e a arte de liderar pessoas tendo em vista uma missão, gestão espiritual é a competência para motivar pessoas em favor da construção de condições para uma vida melhor, mobilizando recursos, ações e pessoas. A gestão espiritual atua em um ponto de tensão, no qual se dá a espiritualidade, o encontro entre a realidade e a noção de valor, entre a existência e o que chamamos de sagrado, conferindo sentido e qualidade à gestão.

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