quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Trabalhar demais aumenta risco de demência / Working increases risk of dementia / El trabajo aumenta el riesgo de demencia

Não é brincadeira. Saiu na revista de ciência da BBC. Uma pesquisa liderada por cientistas finlandeses sugere que excesso de trabalho pode aumentar o risco de declínio mental e, possivelmente, de demência. Demência é um termo genérico que descreve a deterioração de funções como memória, linguagem, orientação e julgamento. O Mal de Alzheimer, com dois terços dos casos, é a forma mais comum e mais grave a que se corre o risco de chegar.
Quando li essa notícia hoje, não consegui deixar de associar à espiritualidade. Eu preciso levar isso mais a sério. Você já reparou o quanto a gente gasta tempo fazendo coisas completamente desnecessárias? E como a gente acumula coisas na vida só pra ter que arrumar depois? Faça uma lista das coisas desnecessárias que você faz:
- Ler e-mail todo dia. No tempo da carta não era assim. O carteiro passava uma ou duas vezes por semana e isso resolvia o nosso problema de comunicação. Hoje a gente tem a caixa de correspondência do webmail lotada com um montão de informações que não servem para nada.
- Fazer compras em supermercado. Você já reparou que parece que todo mundo resolve fazer compras na mesma época? O supermercado sempre lotado, fila para tudo. Sem contar o fato de que tem que encher o carrinho durante as compras, esvaziar o carrinho no caixa, encher o carrinho depois de pagar as compras, esvaziar o carrinho para pôr as compras no carro, esvaziar o carro para levar as compras para dentro de casa, colocar as compras arrumadas no armário, para depois tirar as compras do armário para pôr em uso. Não é muita coisa? Não seria mais fácil buscar o que precisa na birosca da esquina?
- Viagem para visitar a família. Meus familiares moram a uma hora de carro da minha casa. Mas se vamos passar uma noite por lá, haja trabalho. Arruma bagagem para ir com um montão de coisas que você imagina que pode usar. Quando chega lá, não usa metade que levou e volta com tudo de novo pra casa. Nessa, meu cunhado leva a pior quando vem passar uns dias com a gente. Ele tem dois filhos pequenos. Só o viedogame das crianças é um desastre. Desmonta videogame, monta de novo, para depois desmontar quando for embora, para ainda montar de novo quando chegar lá. E quando esqueceu aquele cabinho imprescindível para conectar? Coitado.
- Faxina da casa. Eu nunca entendi direito a lógica da faxina. Primeiro você suja, depois você limpa para poder sujar de novo. É sempre a mesma coisa. A minha parte da faxina em casa é limpar o banheiro. Já tenho a traquitana toda no esquema. Rodo, vassoura, balde, escova, pano-de-chão, esponja tudo já na mão para não ter que procurar muito na hora da limpeza. Aí vem a parte que eu mais gosto: aquele spray com o tira-limo e o desinfetante que remove tudo só na borrifada, sem fazer esforço. Só assim para resistir.
- Férias. Não há nada mais trabalhoso do que férias. Você passa o ano inteiro planejando a viagem, os compromissos, as oportunidades. No final, descobre que não deu para fazer nada. Teve um ano que decidimos fazer uma viagem de carro para o sul. Passei mais tempo na fase do planejamento do que na viagem. Deu tudo certo, claro. Mas deu muito trabalho fazer todos os preparativos.
Foi aí que lembrei do conselho bíblico: “Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz?” (Isaías 55.2). Mas como evitar o trabalho? A maneira como o ser humano interfere na natureza é através do trabalho. É o modo como transformamos a nossa realidade.
Uma coisa é certa, não conseguimos evitar o trabalho. Mas é preciso que se tenha sabedoria para aproveitar bem a vida e desfrutar do melhor que Deus tem preparado para nós. Trabalhar sem a perspectiva do cuidado de Deus já é um indício de demência.

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