quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Por uma pastoral latino-americana / For a Latin American pastoral / Para una pastoral de América Latina

Salomão Luiz Ginsburg nasceu em 6 de agosto de 1867, na Polônia, filhos de pais judeus. Estudou na Alemanha e viveu um tempo na Inglaterra. Converteu-se ao protestantismo ainda jovem, na Inglaterra e foi banido da família. Fez os estudos para o trabalho missionário e apresentou-se para trabalhar em Portugal. Desde o começo, foi identificado pelo seu estilo polêmico e combativo. Ao deparar-se com a religiosidade dos católicos portugueses, escreveu folhetos que apontavam o que chamou de equívocos da igreja romana. O primeiro deles era intitulado São Pedro nunca foi Papa, e depois Religião de trapos, ossos e farinha. Sua fama logo se espalhou e Salomão foi convidado a retirar-se do país. Como dominava o português, embarcou para o Brasil a fim de trabalhar com os congregacionais no Rio de Janeiro, Niterói e Recife. Chegou ao Rio de Janeiro em junho de 1890 e constatou o rápido crescimento que o trabalho dos batistas experimentava. Ficou admirado quanto a forma de batismo empregada, a prática de imersão e não a de aspersão. Depois de fazer pesquisas sobre o termo “batismo” na língua original do Novo Testamento, convenceu-se de que a forma bíblica do batismo era a de imergir o convertido em água. Passou a ser um árduo defensor de sua descoberta, polemizando com pregadores presbiterianos e congregacionais. Com isso, juntou-se aos batistas norte-americanos, sendo nomeado pela então Junta de Richmond – como era conhecida a instituição que patrocinava o trabalho missionário batista em várias partes do mundo – como missionário juntamente com os pioneiros Willian B. Bagby e Zacary C. Taylor. Em abril de 1912, em viagem de Londres a Nova Iorque, vindo de Lisboa, escapou de embarcar no Titanic por falta de passagem. Veio falecer no ano de 1927.
Conhecer o que representou a presença e a atuação de Ginsburg no Brasil ajuda a entender a natureza do trabalho pastoral e missionário empreendido pelo protestantismo de missão no Brasil no final do século XIX e começo do século XX, Um período que compreende pouco mais de 30 anos. Considero Ginsburg como um paradigma que serve para fazer uma análise de como os protestantes iniciaram sua atuação no país. Chamo protestantismo de missão o trabalho empreendido por diversas entidades missionárias, promovidas por suas denominações de origem, para o envio de obreiros para o trabalho de implantação de igrejas e obras sociais no Brasil nos últimos 30 anos do século XIX. De um modo geral, o protestantismo de missão se caracterizou pela pregação das doutrinas relacionadas à interpretação da Bíblia conforme cada uma das entidades representadas e pelos métodos empregados para a conversão.
A atuação desses primeiros missionários foi determinante para o estabelecimento do protestantismo no Brasil. Léonard (1981) reconhece que o número de missionários no início foi considerável, mas muitos deles sofreram com a malária e a fadiga. Alguns voltaram para seu país de origem, outros faleceram no Brasil. Eles podem ser identificados como pessoas seguras de sua vocação, bem instruídos em Teologia e competentes em diversas áreas distintas além da atuação religiosa (LÉONARD, 1981). A atuação deles foi marcada por uma forte paixão pelo que faziam, o que resultava em um ardor evangelizador. O fato é que, como observa Boanerges Ribeiro (1983), no início do século XIX não havia vestígios do protestantismo no Brasil. Ao final do século, porém, essa presença era significativa. A igreja batista, por exemplo, já estava estabelecida em 10 capitais brasileiras no ano de 1900 (PEREIRA, 2001). Não são poucas as histórias de conversões espetaculares narradas pelos historiadores da época, envolvendo autoridades, opositores, ateus e religiosos oriundos do catolicismo. Entretanto, não houve uma oposição oficial ao protestantismo no Brasil. As ações se davam em algumas localidades por onde a evangelização acontecia.
Dos missionários pioneiros entre os batistas, sem dúvida alguma, a personalidade de Salomão Luiz Ginsburg chama a atenção. Ainda em vida, já idoso, escreveu uma autobiografia, intitulada Um judeu errante no Brasil, que foi publicada pela primeira vez nos Estados Unidos em 1921 e posteriormente no Brasil, em 1932, como homenagem póstuma. Seu companheiro de missão, Taylor, certa vez afirmou: “Onde o irmão Salomão está, aí é o centro.” (GINSBURG, 1970, p. 240)
Podemos resumir a atuação de Ginsburg em algumas áreas:
- Como missionário, deu início ao trabalho batista em diversas localidades: Campos e São Fidélis (RJ), Vitória da Conquista (BA), Recife (PE), além de apoiar o início do trabalho em Goiás e na região amazônica. Além disso atuou na formação das entidades missionárias, hoje conhecidas como Junta de Missões Nacionais e Junta de Missões Mundiais. Com essas entidades, estimulou o envio de missionários para áreas do sertão da Bahia, bem como para Portugal e Chile, ainda no começo do século XX. Foi um conferencista requisitado, tendo falado em diversas cidades de todo o país.
- No cuidado pastoral, notabilizou-se como evangelista e propagandista da fé, além de cuidar da consolidação do trabalho batista no Brasil, como o principal incentivador da organização da atual Convenção Batista Brasileira, que surgiu em 1907. Além disso, ocupou-se da formação de pastores, com a criação em sua casa do primeiro seminário teológico batista no Brasil, em Recife.
- No campo editorial, publicou o primeiro jornal dos batistas em uma gráfica própria, que veio a se tornar a base para a formação da editora da denominação, a Casa Publicadora Batista, e de O Jornal Batista, existente até hoje.
- No campo da música, produziu a primeira coletânea de hinos sacros dos batistas, composta de mais de 500 canções, das quais traduziu ou escreveu a letra de mais de 120 delas. O Cantor Cristão foi o hinário usado pelos batistas por mais de 100 anos.
Para a ação pastoral, a figura de Salomão Ginsburg tornou-se um paradigma a ser adotado pelas lideranças evangélicas no Brasil e como o modelo de liderança desejado pelas igrejas. Seu estilo evangelizador, que podemos chamar de evangelismo guerreiro, caracterizou o modo com que os protestantes empreenderam sua ação, notadamente proselitista e de combate ao catolicismo. Isso resultou para ele em severa oposição e perseguição, necessitando em muitas ocasiões de intervenção policial. Muitos episódios são narrados de forma pitoresca, mas revelam a sua natureza de polemista e de entusiasta que foi da fé protestante.
O que orientou a ação pastoral de Salomão Ginsburg foi o modo de compreender a religiosidade e a alma do brasileiro. Para ele, o catolicismo era o maior obstáculo ao cristianismo, por causa daquilo que chamou de idolatria (como a presença e veneração de imagens de santos nos templos católicos). Além disso, para ele, o povo brasileiro reunia em si qualidades ímpares: “Quatro traços, entre muitos outros característicos, são predominantes no povo brasileiro, devido, sem dúvida a sua formação social: inteligência, coragem, cortesia e espírito de sacrifício.” (GINSBURG, 1970, p. 219)
(Parte do artigo apresentado na disciplina sobre Teologia Pastoral no curso de Doutorado da Puc Rio)

sábado, 20 de novembro de 2010

Eleição presidencial e o futuro / Presidential election and the future / Elecciones presidenciales y el futuro

A eleição presidencial deste ano deixa um legado interessante. Apesar de todo o ambiente de boato que caracterizou a campanha eleitoral, a escolha de uma mulher para ser presidente do Brasil é indicativa de uma grande mudança de mentalidade que vai tomando lugar na sociedade brasileira. A eleição de um operário em 2002 já demonstrava isso.
Quando Lula foi eleito, ficou o indicativo de que é possível traçar um projeto de vida e chegar lá, mesmo que as condições não pareçam tão favoráveis de início. Ficou evidenciado que no Brasil a mobilidade social existe, uma vez que uma pessoa da classe menos favorecida havia chegado ao posto mais alto da vida pública.
A eleição de Dilma Roussef consolida esse processo. Isso não quer dizer que se esteja exaltando a qualidade moral ou política de alguém. Muito ao contrário. Isso não tem nada a ver com esses aspectos. Aliás, o que ficou claro é que, no que diz respeito ao exercício do poder, o quadro de corrupção não mudou e a todo instante paira uma sombra de populismo no governo que se encerra.
O fato é que uma pessoa representativa de segmentos da sociedade que sempre estiveram excluídas do poder chegou ao topo: primeiro, uma pessoa das camadas populares; agora, uma mulher. E isso carrega em si mesmo muitos significados. Não é garantia de que o Brasil vai melhorar, mas é uma evidência de que alguma coisa está mudando na cabeça das pessoas. A lição que se pode tirar disso é que, mesmo que se diga que não temos chance, é possível lutar e, quem sabe, um dia chegar lá.
Fica a suspeita de que isso faça parte de um movimento ainda maior, que nasce na periferia e nas camadas menos favorecidas que têm ganhado oportunidade de melhoria de vida nos últimos anos. Essa massa de emergentes que chega à classe média – e mesmo a que sonha poder um dia chegar – começa a influenciar decisivamente as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade em diversos setores, determinando novos padrões de consumo, de organização do poder e até de novas formas de expressão de fé.
Esse novo Brasil que sai das urnas exige uma mudança de atitude das classes mais favorecidas e das elites. Vivemos num país que vem se tornando cada vez mais um ambiente com oportunidade para todos, um país de inclusão. É claro que isso não é resultado de um governo apenas, mas de um processo histórico que teve início nas lutas contra a repressão e a ditadura, haja vista que as atuais lideranças tiveram uma mesma origem, ainda que hoje sejam governo ou oposição. Faz parte desse processo a promulgação da Constituição de 1988 e a redemocratização.
Para quem viveu intensamente esse processo histórico, isso tudo é muito promissor. Podemos vislumbrar um Brasil melhor, que sempre sonhamos para nós e para a futura geração. Que estejamos certos disso.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O que é Teologia da Missão Integral / Integral Mission Theology / Teología de la Misión Integral

Já não é de hoje que se fala de se produzir uma teologia que seja latino-americana, própria para a realidade vivida em nosso contexto. Uma tentativa marcante foi a da Teologia da Libertação, mas que atingiu mais os meios católicos do que evangélicos. Uma outra proposta que precisa ser mais analisada é a da missão integral.
A teologia da missão integral acontece no contexto do movimento evangelicalista latino-americano. Esse movimento inspirou-se no fundamentalismo protestante norte-americano, que se inicia com a reação, no começo do século XX, à teologia liberal. Em 1910, foram aprovados cinco pontos fundamentais da fé cristã por um grupo de presbiterianos: nascimento virginal de Jesus; ressurreição corpórea de Jesus; inerrância das Escrituras; teoria substitucionária da expiação; eminente volta de Cristo.
Como precursores dessa forma de fazer Teologia, encontra-se o pacto de Lausanne (1974) como inspirador, cuja ênfase é a afirmação de que o mundo ouça a voz de Deus (com base no texto bíblico de Isaías 61). Ele foi escrito como resultado do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, que aconteceu naquele ano na cidade de Lausanne, Suíça, promovido pelo movimento evangelicalista, liderado pelo pregador norte-americano Billy Graham. Há ainda o modelo do Celam (a II Conferência do Conselho Geral do Espiscopado Latino-americano), em Medelim (1968), que serve como referencial para o início da teologia da libertação, como um paradigma para a formulação de uma proposta latino-americana.
O primeiro marco histórico da formulação de uma teologia da missão integral é o Clade I (Congresso Latino-americano de Evangelização, 1970), na cidade de Bogotá, Colômbia, quando surge um grupo de teólogos evangelicalistas preocupados com as tendências da teologia da libertação. Na América Latina, as diretrizes do Pacto de Lausanne começaram a ser debatidas durante o Clade II, em 1979, na cidade de Lima, Peru. No Brasil, aconteceu somente em 1983, durante o Congresso Brasileiro de Evangelização.
A preocupação era de levar o evangelho todo, a todo homem, de forma concreta, em todo lugar. A máxima é de que o mundo todo, especialmente a América Latina, seja alcançado pela proclamação do evangelho através das ações concretas. Ou seja, levar o evangelho todo, para todo o homem e o homem todo.
Costuma-se classificar a teologia da missão a partir dos seguintes aspectos: a moldura – o pacto de Lausanne; o horizonte – o evangelicalismo; a perspectiva – a missão integral.
Dentro os principais pensadores, temos: Samuel Escobar, René Padilla e Robinson Cavalcante. Atualmente, a principal entidade promotora é a FTL – Fraternidade Teológica Latino-americana. Em relação às abordagens desenvolvidas por esse modo de fazer teologia encontram-se alguns temas que merecem maior destaque, tais como: o Espírito Santo como protagonista da ação evangelizadora; uma antropologia concreta e a centralidade da Palavra.
(Resumo do trabalho apresentado para uma das disciplinas do Doutorado em Teologia na Puc-Rio)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quando o nosso jeito de ir deixa marcas no caminho / Leaving marks / Dejar marcas en el camino

Vida cristã tem consequência. Não há como ter uma experiência de Deus e permanecer o mesmo. A maneira como o apóstolo João tratou disso em sua comunidade foi muito interessante. Ele era testemunha ocular de Jesus, ouviu o Mestre ensinando e compartilhou o modo como Jesus viveu. Isso fazia toda a diferença. João visivelmente tinha estado com Jesus, pela sua maneira de ser, de tratar as pessoas, de se envolver com as coisas do Reino de Deus, de se relacionar e até de compreender o momento histórico e a cultura de seu tempo. É por isso que ele podia dizer: “A vida se manifestou, nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada.” 1 João 1.2
Jesus chamou seus discípulos para o seguirem. Isso não tem nada a ver com uma religião nem com um sistema organizado. Ele propôs um caminho a seguir e esse caminho é ele mesmo. Isso tem a ver com nosso modo de vida, a maneira como encaramos a realidade e como fazemos as nossas escolhas. Tem a ver com a maneira como somos conhecidos como pessoas, as coisas que influenciam nossas decisões e como encaramos os nossos desafios. Tem a ver com o modo como nos importamos com os outros e como nos relacionamos. Tem a ver com a maneira como enfrentamos nossos problemas e dificuldades. E tem a ver ainda com a construção de nosso futuro.
Os primeiros cristãos não ficaram conhecidos pela estrutura religiosa que construíram. Ao contrário, eles eram tidos como pertencentes a uma seita, sem muita organização, ritual ou tradição. Eles foram inclusive chamados como os seguidores do caminho. Eles chegaram a alvoroçar o mundo com o modo como seguiram a Jesus, aquele que é o caminho.
Quem se dispõe a seguir caminho deixa rastros, vestígios, marcas por onde passa, assim como o modo como seguimos o caminho deixa também seus registros em nós. Você pode ver isso quando faz uma viagem para uma outra região, com uma cultura diferente da sua. Você tanto guarda lembranças e é afetado por aquele novo ambiente, como também deixa ali suas impressões. Da mesma forma, sempre que nos relacionamos com alguém, somos marcados por essa pessoa e deixamos também nossas marcas.
Jesus nos chama para termos um relacionamento profundo com ele. Isso deixa marcas em nossa vida. Por isso que não há como ter uma experiência de encontro com Jesus e continuar o mesmo. Somos marcados por seu amor, por seu cuidado, por seu poder manifestado em nós. O nosso caráter passa a ser semelhante ao caráter de Jesus Cristo.
Mas Jesus vai mais além. Ele nos desafia a viver no mundo deixando também as marcas de nosso relacionamento com ele. Em sua primeira epístola, João está preocupado com isso. Suas afirmações despertam alguns questionamentos. Que marcas temos deixado de nossa presença e atuação no mundo? De que maneira temos sido reconhecidos pelas pessoas que convivem conosco? Temos sido relevantes para esse tempo? Temos despertado o interesse dos outros pela maneira como vivemos o evangelho de Jesus Cristo hoje? Como podemos ter uma vida bem-sucedida de fé em meio a uma sociedade tão fragmentada?
São muitas perguntas. Mas todas elas nos apontam para a necessidade de vivermos de uma tal maneira que deixemos marcas que influenciem positivamente as pessoas que convivem conosco a respeito do que Jesus Cristo tem feito em nossa vida. Que isso ajude a elas a descobrirem, através de nosso modo de vida, o quanto vale à pena seguir a Jesus Cristo como caminho, verdade e vida. Isso vai nos proporcionar um novo tempo em nossa jornada de fé e nos fortalecer a uma vida com muito mais sentido.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Esteja na bênção / Be a blessed / Sea una bendición

O povo de Deus sempre foi alvo das bênçãos celestiais. Quando Deus abençoa, sua bênção recai sobre todos, de forma que todos são beneficiados pelo derramar da graça e da unção que vem do alto. Apesar de o Senhor se preocupar com o indivíduo e estender a sua salvação à pessoa, sua bênção sempre será compartilhada, contagiada, respingada pelos que estão por perto. Deus nunca deixa de agir em função de um conceito de comunidade, mesmo que tenha como foco o indivíduo.
Veja a seguinte passagem bíblica: “... Nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem e todos passaram pelo mar... Mas Deus não se agradou da maior parte deles...” (1 Coríntios 10.1 e 5). Quando fala da experiência dos hebreus naqueles quarenta anos de caminhada no deserto, desde o Egito até Canaã, sob o comando de Moisés, Paulo apresenta três unidades de medida: todos, a maior parte e alguns, referindo-se ao modo como cada um reagiu diante das bênçãos divinas.
Repare que todos os hebreus estiveram debaixo da nuvem durante o dia, todos foram guiados pela coluna de fogo à noite, todos atravessaram o Mar Vermelho a pés secos, todos comeram do maná no deserto e todos beberam da água tirada da rocha.
Repare, porém, que a maior parte daquela gente não agradou a Deus e acabou ficando prostrada no deserto. Dos que saíram do Egito, somente dois pisaram em Canaã, os únicos que confiaram na promessa, contemplaram a bênção além das provas e foram fiéis até o fim.
Agora, repare ainda como Paulo fala de alguns que fazem parte dessa maioria e acabaram exagerando na dose. Alguns se fizeram idólatras adorando ao bezerro de ouro, alguns se envolveram com as mulheres estrangeiras, alguns provocaram a Deus, blasfemando e queixando-se do maná e da água, e alguns murmuraram e se amotinaram contra Moisés. Você pensa que pode estar livre dessas coisas? A Bíblia lembra nesse mesmo capítulo: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” (v. 12).
Você também faz parte do todo que recebe das bênçãos divinas. O Senhor também conduz a sua vida de maneira que venha a estar de acordo com o que ele espera de cada um de nós. Todos foram abençoados, mas a maioria não correspondeu à expectativa de Deus e alguns chegaram até a entristecer a Deus.
A lição que trago para mim disso é que não devo me deixar levar por alguns que seguem os impulsos de sua natureza humana, nem andar conforme os padrões da maioria. A famosa frase “O inferno são os outros”, de Sartre, mostra-nos que, quando damos importância ao julgamento dos outros e nos guiamos por eles, abrimos mão de nossa liberdade. Transformamos o outro em nosso carrasco. Mas, quando nos mostramos indiferentes ao julgamento dos outros por nos acharmos perfeitos e sem necessidade de mudanças, é como se aniquilássemos a nossa própria condição e não nos mostramos aptos para o novo. Esteja na bênção, mas faça diferença. É a minoria, e não a maioria, que desfruta do melhor da bênção.

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