“Portanto, vocês já não são
estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família
de Deus.” Efésios
2.19
Quantas
vezes você já ouviu dizer que a igreja perdeu sua utilidade no mundo, que as
pessoas não estão nem aí para ela? Quantas vezes você ouviu falar que a igreja
está ultrapassada e que ela defende valores e crenças que ninguém mais acredita?
Estas duas
perguntas, que estão presentes nos discursos tanto de cristãos quanto de não
cristãos, remetem a uma necessidade de reflexão mais profunda sobre a
relevância da igreja para os dias atuais. Essa reflexão pode começar com a
pergunta inquietante: quem precisa de igreja? A resposta pode ser “ninguém” e
“todos nós”.
São
respostas antagônicas, mas que refletem bem o grau de confusão que se criou em
torno da experiência de ser igreja no mundo. É a partir delas que podemos
descobrir a utilidade e atualidade da missão que a igreja possui.
Ninguém
precisa de uma organização hierárquica, com estruturas rígidas, conservadoras,
que cria uma barreira entre clérigos e leigos. Essa igreja clerical não
corresponde ao chamado de Jesus a servir uns aos outros.
Ninguém
precisa de uma instituição que se afirme como guardiã da moral e bons costumes,
de valores eternos e imutáveis, de saberes divinos e inquestionáveis. Até mesmo
o discernimento das Escrituras é dado a gente simples por meio da ação do
Espírito Santo.
Ninguém
precisa de um espaço ou de um tempo mais sagrado que o outro. Sagrada é a vida
que se renova a cada dia, que se faz e se refaz na dimensão do encontro com o
outro, que é ao mesmo tempo aquele que anda com a gente, que nos vê por
inteiro. Para se fazer conhecido, Deus se fez gente na pessoa de Jesus, ele
mesmo teve um rosto e possuiu uma identidade para que pudesse se relacionar
conosco.
Porém,
todos nós precisamos ser acolhidos em uma relação de comunhão, como partes
integrantes de uma família, que partilha o amor de Deus entre todas as suas criaturas.
Uma igreja que se faz necessária e atual é aquela que assume suas fraquezas em
meio às dores do mundo, que empreende sua caminhada em meio a gente vulnerável
como todos nós somos e que se faz confiável em apontar caminhos para uma vida
mais digna e mais feliz.
Uma igreja
assim faz falta. A outra, que há mais de mil anos vem sendo tentada pela
cristandade, não faz o menor sentido para um tempo em que a humanidade aprendeu
a viver por si mesma e, por isso mesmo, se perdeu. Somos chamados a ser igreja
hoje, viva, relevante e acolhedora. Todos precisamos disso. Urgentemente.
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