“Que
farei então com Jesus, chamado Cristo?” Mateus 27.22
Diante do
evento histórico do nascimento, morte e ressurreição de Jesus, uma pergunta não
pode deixar de ser feita: o que farei de Jesus? Essa pergunta foi feita por
ninguém menos que Pilatos, aquele governador romano responsável por conduzir o
julgamento e a condenação de Jesus. Ele estava diante de um homem inocente, que
havia feito o bem por onde passou, que trouxe uma proposta de vida nova para
todas as pessoas, mas que havia contrariado os poderosos de seu tempo.
Você pode
ignorá-lo. Essa foi a atitude dos líderes judeus. Eles ignoraram o fato de que
Jesus era a manifestação de Deus na história: ali estava o encarnado, o Deus
que vem a nós. Os sinais históricos da revelação de Deus em Cristo tinham sido
dados. Até Pilatos sabia da trama sórdida dos líderes dos judeus. O autor do
evangelho registra: “Porque sabia que o haviam entregado por inveja” (Mateus 27.18). Há muitos que agem da mesma
forma. Ignoram o fato de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo. Jesus não foi um mero acontecimento. Ele foi o enviado de Deus para nos
trazer a Boa Nova de paz e salvação.
Você pode
condená-lo. Essa foi a atitude da multidão. Eles gritaram: “Crucifica-o!” (Mateus 27.22). Esse é o resultado da maldade
no coração humano. A morte de Jesus na cruz é o resultado da rejeição humana ao
modo de vida com que Jesus viveu. Para todos aqueles que encontrou, Jesus
disse: “segue-me”. Porém, isso
implica uma mudança de atitude e de rumo. E são poucos os que estão dispostos a
tomarem essa decisão.
Você pode
divinizá-lo. Essa foi a atitude da esposa de Pilatos. Ela disse: “Não se
envolva com este inocente, porque hoje, em sonho, sofri muito por causa dele” (Mateus 27.19). Para ela, era muito mais fácil
colocar Jesus em um altar, tratá-lo como divino apenas, venerá-lo à distância,
como quem diz: “reconheça como Deus, mas fique bem longe dele”. E são muitos os
que ainda o veem dessa forma.
Você pode
se tornar indiferente. Essa foi a atitude de Pilatos. Ele disse: “Estou
inocente do sangue deste homem; a responsabilidade é de vocês” (Mateus 27.24). E lavou as suas mãos à vista
de todos. Ele havia percebido a trama dos líderes judeus, acusando-o sem prova.
Seu pior crime foi ter dito que era o Filho de Deus. Só um louco diria tal
coisa. E somente pessoas de pouco entendimento seriam capazes de entender que
se tratava de um engano. E ainda há muitos que acham que seguir a Jesus e crer
em sua proposta de nova vida é uma coisa para pessoas com falta de
entendimento.
Você pode
acolhê-lo em amor. Diante do episódio da cruz, ninguém poderia imaginar que ali
estava o salvador do mundo. Somente aqueles que andaram com Jesus, que partilharam
da sua dor e paixão, poderiam compreender que se tratava de alguém especial, o
Deus conosco, aquele que nos amou até o fim. Somente aqueles que o acolheram em
amor poderia atribuir o real sentido daquele gesto na cruz. E ainda hoje só é
possível compreender o verdadeiro sentido da Páscoa cristã se acolhermos a Jesus,
sua mensagem e seu Reino, em uma resposta de amor ao seu chamado.
Portanto,
o que podemos fazer de Jesus hoje? Eu diria que é nos oferecermos a ele como
instrumentos para encarnarmos sua vida e mensagem num mundo de tantos conflitos
como este em que vivemos.
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