domingo, 13 de agosto de 2017

Pai Nosso / Our Father / Padre Nuestro

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” Mateus 6.9. 
Quando Jesus ensinou seus discípulos a orar, ele pediu que se dirigissem a Deus como o “Pai Nosso”. São duas palavras carregadas de significado. Lembra que Ele é um pai que acolhe a todos, mas que também trata a todos como se fossem nossos irmãos. A expressão “Pai Nosso” nos remete a um sentido de pertença a uma grande família em que todos têm espaço.
Portanto, quando você ora “Pai nosso, que estás no céu”, deve estar aberto a acolher a todos como irmãos e a compreender a humanidade como família. Embora tenhamos muitas diferenças, estamos todos ligados por um mesmo sentimento, que é o do cuidado amoroso de um pai que é tão próximo, que se permite ser chamado de meu, mas que também muitas vezes se coloca tão distante, pois também está no céu, o lugar onde quer que todos estejamos.
Um pai assim não passa despercebido. Sua presença é significativa, mas da mesma forma o é a sua ausência. Por isso, Ele é especial. Nossa relação com Ele é marcada por diversos aspectos que estão mais voltados para o campo do numinoso do que do fenômeno. Dito de outro modo, não dá para ser percebido ou explicado pela razão, mas é aquela coisa que está tão presente que não podemos simplesmente ignorar. Ele é da ordem do sagrado, é o inefável que se fez gente, que andou entre nós cheio de graça e de verdade.
Desse modo, você não pode dizer “santificado seja o teu nome” e continuar vivendo, agindo e fazendo escolhas como se ele não existisse. Se Deus é um pai que se importa com seus filhos, imagino que ele queira que seus filhos se importem uns com os outros. Viver como se Deus não existisse é sinal de indiferença. E a pior forma de fazermos isso é sendo indiferentes com aqueles a quem Deus trata como nossos irmãos. Se não conseguimos nos importar com aquele que a gente vê, como vamos nos importar com aquele que não vemos?
Max Lucado, em A Grande Casa de Deus, reconhece que “as duas primeiras palavras da oração do Senhor são plenas de significado: ‘Pai nosso’ lembra-nos que somos bem-vindos à Casa de Deus porque fomos adotados pelo dono”. Somos filhos do pai de todos, que é dono de tudo.
Com o “Pai Nosso”, Jesus identifica quem Deus é. Ele é Pai, pois tem em si mesmo o sentido de próximo e de distante, tanto é nosso quanto está no céu. Ele é santo, pois tem em si a dimensão do sagrado, mas que escolhe tomar forma e ser como um de nós. Ele tem um nome, por isso tem em si mesmo a condição de ser conhecido, ao mesmo tempo em que não é.
Por nós mesmos, não teríamos condições de chamar Deus de Pai Nosso. Uma parte significativa da humanidade age como se Deus fosse um pai rico, interessada em seus bens, mas sem conhecer os seus sentimentos. Outra parte age como se não houvesse um pai, como se tudo fosse obra do acaso. E tem até aqueles que declaram que há um pai e que pertencem a ele como filhos, mas que excluem os muitos outros irmãos a condições de desamparo. Enfrentamos constantemente o grande desafio de clamar pelo pai em meio a uma sociedade sem pai.

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